sexta-feira, 12 de abril de 2024

DE VOLTA À NORMALIDADE

No GP do Japão, Max Verstappen venceu de novo, com pole, e dobradinha da Red Bull com Sergio Perez, para desânimo dos concorrentes.

            Depois de um GP da Austrália onde nada pareceu dar muito certo para a Red Bull, eis que em Suzuka a F-1 “voltou ao seu normal”, com o time rubrotaurino dominando a etapa, com direito a nova dobradinha de seus pilotos, e mais um triunfo de Max Verstappen, que de novo comandou a corrida a seu bel prazer, ainda que não tenha liderado a prova de ponta a ponta, diante das estratégias de pneus que em alguns momentos permitiram aos rivais liderar momentaneamente a corrida.

            Verstappen, que abandonou a prova australiana em decorrência de uma montagem errada de um de seus freios traseiros, mostrou que, em circunstâncias normais, não tem adversários, mais pela fragilidade técnica dos carros dos potenciais rivais. Mesmo a Ferrari, que reafirmou em Suzuka sua condição de segunda força no campeonato, ainda está longe de conseguir bater o modelo RB20 em condições de igualdade, tanto que Sergio Perez fez uma boa corrida, e conseguiu mais uma dobradinha para a Red Bull, reforçando sua posição no time, que ainda não se pronunciou a respeito de sua manutenção para 2025. Se provas como a da Austrália não se repetirem, a conquista do título e vice-título da temporada serão apenas questão de tempo, mais demorada para o mexicano, e isso se ele não começar a enfrentar novamente problemas de adaptação ao carro, que apesar de não terem sido a única causa de seus problemas nos últimos dois anos, certamente impactou no seu rendimento. Se tais problemas não se repetirem em 2024, o que ainda é cedo para conferir, Perez tem tudo para fazer sua melhor temporada, e com isso garantir mais algum tempo de contrato na Red Bull. Quanto a Verstappen, o nome do holandês tem sido alvo de boatos de que deixaria Milton Keynes, mas só na falta de perfeito juízo alguém acha que isso aconteceria, com o holandês ainda por cima indo para a Mercedes, um time que no momento não corresponde ao que a Red Bull facilmente oferece ao atual tricampeão.

Carlos Sainz Jr.: Mais uma excelente corrida, e mais um pódio. Espanhol segue firme na temporada 2024 da Fórmula 1, ainda sem contrato para 2025.

            Na Ferrari, Carlos Sainz Jr. vem dando um baile em Charles LeClerc, e com isso vem se credenciando a ser o principal nome da janela de transferências para a temporada de 2025. Seu nome é ventilado em rumores junto à Audi, Mercedes, e até Red Bull. LeClerc, a grande aposta da escuderia para seu futuro, além de se preocupar em não ser ofuscado por Lewis Hamilton em 2025, tem de reagir para não sofrer o mesmo em relação a Sainz este ano, e até o presente momento, tem perdido as disputas para o espanhol, algo que certamente fragiliza sua posição na equipe de Maranello, e pode complicar ainda mais sua situação no próximo ano, em relação a Hamilton, diante do currículo do heptacampeão. Mas, para se garantir a longo prazo, o projeto da Audi parece o mais promissor, já que na Mercedes, o time ainda quer apostar na promessa de Kimi Antonelli no futuro próximo, e na Red Bull, dificilmente ele engoliria as ordens de Helmut Marko, que já o preteriu nos tempos da Toro Rosso em favor de Max Verstappen, e ele não iria aceitar submeter-se à política da escuderia para ser mero escudeiro do holandês. Mas, nunca diga nunca... Para ter um carro dominador, vai saber se Carlos estaria disposto a engolir estes sapos, pela chance de tentar destronar Verstappen...

            A McLaren não está em condições de tentar desafiar a Red Bull, como demonstrou em parte da segunda metade da temporada passada. O time de Woking tem mais de se preocupar com a força da Ferrari, que parece muito sólida, e em tentar não ser surpreendida pela Aston Martin, tarefa bem facilitada pelo fato do time de Silverstone contar apenas com Fernando Alonso como piloto de porte, já que Lance Stroll parece não conseguir significar ameaça aos rivais, se mostrando como o grande ponto fraco do time, especialmente na classificação do Mundial de Construtores. A exemplo da McLaren, o modelo do time de Woking teria problemas para fazer os pneus trabalharem na sua temperatura ideal, de modo que o time até o presente momento não conseguiu atingir esse ponto fino de ajuste necessário para potencializar seu desempenho, e proporcionar a seus pilotos chances mais efetivas de brigar mais à frente.

Mercedes: bons treinos livres. Classificação e corrida medíocres.

            A Mercedes, aliás, é talvez a grande frustração da temporada. Voltando a um conceito de carro mais “convencional”, após abandonar o malfadado conceito de carro zeropod, é claro que não se imaginava o time de Brackley voltar logo de cara a brigar pelo título, mas esperava-se ao menos tentar brigar para chegar ao pódio, e o que estamos vendo é um desempenho mais pífio do que o esperado. Algo que ficou na dúvida quando Lewis Hamilton, pegando todo mundo de surpresa, anunciou sua transferência para a Ferrari em 2025, denotando que a pregada chance de recuperação do time germânico seria mais uma dúvida do que certeza propriamente dita, apesar dos ares de esperança propalados, ainda que com ressalvas. Mas, apesar dos problemas, o time tinha terminado 2023 como vice-campeão de construtores, ainda que nunca tivesse tido chance de disputar o título, e passado o ano sem vitórias. Pensar em melhorar e voltar aos trilhos retomando uma linha de projeto que nunca deveria ter sido abandonada não seria algo anormal.

            É preciso esclarecer também que o vice-campeonato da equipe germânica no ano passado decorreu mais de erros e fragilidades dos rivais mais diretos, que enfrentavam muitos altos e baixos, enquanto a Mercedes oscilou menos, em raros momentos tendo de fato uma posição de força na corrida. Com a normalização do desempenho destes rivais, é claro que a Mercedes ficaria em posição desconfortável, caso não evoluísse. Bem, o time prateado melhorou, mas os rivais mais diretos melhoraram ainda mais, apenas colocando a casa em ordem. E vale lembrar que a Mercedes vem praticamente dois anos atrasada em relação aos rivais, já que perdeu estes últimos dois anos apostando em um conceito que não rendeu o que prometia. E agora, apesar das alegadas potencialidades do conceito mais tradicional de carro que é o W15, ainda precisa aprender a lidar com suas excentricidades, o que vai demandar muito trabalho em Brackley, a ponto de alguns já declararem que será outro ano perdido.

            Neste ponto, outro detalhe interessante a se frisar é que a escuderia de Brackley ainda não recuperou a coesão de seu setor técnico, a despeito de perdas de nomes-chaves importantes no setor nas últimas temporadas. Um trabalho de renovação das comunicações internas na área de engenharia já está em andamento, mas ainda não deu os frutos esperados. E, na pista mesmo, a equipe parece não conseguir manter um rumo mais coerente. Lewis Hamilton reclamou de algumas estratégias, e das mudanças de ajuste experimentadas nos treinos este ano, que teriam custado alguns resultados melhores ao time, ainda que não tenham sido tão determinantes assim. E, claro, o time ainda tem um desafio nada pequeno: quem irá ocupar o lugar de Lewis Hamilton em 2025? Já se falou nos nomes mais tentadores e improváveis, mas a lista de candidatos efetivos válidos parece diminuir a cada dia, reduzindo as opções viáveis para a escuderia, diante de suas necessidades reais do momento.

Fernando Alonso fez uma corrida combativa em Suzuka, e encerrou as especulações sobre seu futuro, renovando com a Aston Martin.

            E a Aston Martin? O time foi uma das forças do grid em 2023, mas mostrou sua fragilidade em não conseguir acompanhar a evolução dos rivais diretos, e foi perdendo força na segunda metade da temporada. Para este ano, a escuderia não mostra a mesma força do ano passado, mas uma verdade permanece imutável: o time não irá a lugar nenhum com Lance Stroll, e Fernando Alonso está carregando a escuderia nas costas, proporcionando resultados que fazem o time parecer melhor do que realmente está. Mesmo assim, a posição do asturiano na escuderia poderia não estar muito firme, a ponto de alguns boatos chegarem a afirmar que Carlos Sainz estaria sendo considerado para o lugar do compatriota, ao lado de Stroll para ser a dupla titular no próximo ano. Alonso, por sua vez, de acordo com as mesmas conversas, estaria a caminho da Mercedes, se bem que, depois do que vimos nestas primeiras provas, a sensação é de que o time alemão pode não parecer assim tão promissor, na comparação com a Aston Martin, que terá em 2026 a primazia de time oficial da Honda na F-1, de modo que Fernando estaria cogitando mais permanecer onde está, do que propriamente trocar de lugar. Seu nome chegou a ser até ventilado numa mais que improvável ida para a Red Bull, ocupar o lugar de Sergio Perez, uma possibilidade que nem Verstappen acredita ser possível, por contrariar o estilo do time, que é versado sobre juventude, e não combinaria ter o piloto mais veterano da F-1 atual como um de seus pilotos. Mas seria interessante ver o embate entre o bicampeão, considerado ainda um dos melhores pilotos do grid, e o tricampeão holandês, numa medição de forças que muitos gostariam de assistir.

            Só que tudo isso não passou mesmo de especulação, tanto que nesta quinta-feira, piloto e Aston Martin confirmaram a renovação do contrato entre ambos, que se estenderá de modo “plurianual”, o que significa que Alonso deve ficar no mínimo até o fim de 2026, quando a Honda passará a fornecer seus propulsores à escuderia. Mike Krack, chefe da Aston Martin, foi incisivo em dizer que Fernando tem confiança no time, e o time confia no piloto, que conversou bastante com a escuderia, antes de decidir seu futuro para 2025 e em diante. E que ambos estão firmes e comprometidos em alcançar novos horizontes juntos na F-1.

            Enquanto McLaren, Mercedes e Aston Martin parecem travar uma disputa entre si, o que vemos é a Ferrari se descolar isoladamente como segunda força, enquanto a Red Bull segue firme e impávida rumo a mais um título, podendo, claro, enfrentar algum percalço ou revés momentâneo, mas nada que faça o time dos energéticos perder o sono. Até mesmo os problemas relacionados a Christian Horner no time parecem ter perdido força como potencial problema desestabilizador, de modo que os rivais não possuem esperanças, se é que de fato as tiveram, de que isso pudesse enfraquecer a equipe dos energéticos.

            Este é o “normal” da F-1 em 2024, queiram ou não. E que tem tudo para perdurar por um bom tempo, ainda, a menos que a concorrência trabalhe melhor para melhorar as disputas, algo que ainda parecem não ter tido a capacidade, ou sorte, de fazerem com a eficiência ou competência necessária para apresentar os resultados desejados.

 

 

Decididamente, a Williams anda encrencada no que tange a problemas com seus chassis. Alexander Albon bateu forte no Albert Park, a ponto de comprometer a integridade de seu monocoque, o que obrigou o time a sacar Logan Sargeant da prova australiana para dar o seu carro ao anglo-tailandês, ficando assim desfalcada de um de seus pilotos. E, na etapa do Japão, após recuperar a peça, eis que Sargeant bate no primeiro treino livre, a ponto de comprometer sua participação no segundo treino livre (que na prática nem se perdeu nada ali, devido à chuva), obrigando o time a ter de fazer mais reparos no chassi. E, logo na primeira volta do GP, um toque com Daniel Ricciardo fez Albon sair da pista e acertar a barreira de pneus, obrigando a escuderia a ter de remeter o chassi de volta á fábrica para novos consertos. E levando-se em conta que a escuderia nem tem chassi reserva, estão mesmo andando no fio da navalha nesta situação, que segundo consta, também está afetando times como Alpine e Haas, que também não teriam chassis reserva, como seria de praxe contar. Depois, fica ainda mais ridícula a posição da Liberty Media de negar a entrada da Andretti, com suas justificativas esdrúxulas e cretinas, baseadas apenas no egoísmo de não quererem dividir lucros com mais ninguém, sob o argumento pífio de que o novo time “não traria valor” à F-1, enquanto temos de aguentar este tipo de situação dos times menos competitivos da categoria... Não fossem os malditos acordos de administração comercial, a FIA deveria tomar as rédeas da situação e enfiar a Andretti goela abaixo destes miseráveis, e fazer o pessoal ao menos engolir a seco suas patacoadas e fazer algo positivo pelo bem do esporte...

 

 

A situação de Daniel Ricciardo estaria perigosamente próxima de um ultimato, segundo as conversas de paddock. O piloto australiano não vem conseguindo render como todos esperavam, e tem tomado tempo até mesmo de Yuki Tsunoda, que não é bem o exemplo de performance que a cúpula da Red Bull gostaria de ter como parâmetro, e no Japão, acabou se envolvendo em um acidente logo na primeira volta com Alexander Albon, e colocando mais um prego potencial em seu caixão. Dizem que, se Ricciardo não mudar o desempenho até a corrida Miami, Liam Lawson já entraria em seu lugar, e Daniel voltaria ao ostracismo em definitivo, relegado à função de piloto de simulador, tendo perdido sua chance de reabilitação perante a F-1, de onde perdeu sua credibilidade nos dois anos em que defendeu a McLaren, e foi amplamente superado por Lando Norris. Com isso, crescem exponencialmente as chances de uma permanência de Sergio Perez na Red Bull em 2025, ainda que teoricamente isso não seja exatamente confirmado. Enquanto isso, Yuki Tsunoda é quem vem dando as cartas na Visa RB, tendo inclusive sido um dos destaques da etapa japonesa, com seu 10º lugar, que capitalizou a torcida de seus compatriotas pela boa prova realizada pelo piloto “da casa”. E, apesar das ressalvas, Tsunoda chegou a ganhar até alguns elogios de Helmut Marko pela sua atuação em Suzuka, o que pode ser considerado muita coisa, mas cuja validade sempre tem vida muito curta, a depender do que pode acontecer na próxima corrida.

Daniel Ricciardo se acidentou logo no início do GP de Suzuka, e atingiu Alexander Albon, tirando ambos da corrida após forte batida na barreira de pneus.

 

 

A Formula-E está na Itália para o ePrix de Misano, prova em rodada dupla que será disputada neste final de semana na pista de Misano, região de Rimini, na Emilia-Romagna. O Circuito Marco Simoncelli substitui a etapa que era disputada em Roma, uma vez que o circuito utilizado pela F-E acabou se mostrando perigoso para a maior velocidade dos carros Gen3, que no ano passado presenciou um fortíssimo acidente em uma das provas da rodada dupla, onde vários pilotos se envolveram, e não houve feridos graves por muita sorte. Para a primeira visita da categoria de carros monopostos elétricos à pista italiana, a F-E utilizará um traçado do circuito que terá 3.381 km de extensão, com 14 curvas e será disputado no sentido horário. As duas corridas terão transmissão ao vivo pelo Bandsports neste sábado e domingo, a partir das 09:45 Hrs., pelo horário de Brasília, bem como pelo canal do You Tube do site Grande Prêmio, na internet.

A pista de Misano receberá pela primeira vez os carros da Formula-E.

 

 

Quem também volta a acelerar é a MotoGP, depois do longo intervalo proporcionado pelo cancelamento da etapa da Argentina, devido aos problemas de apoio do novo governo do país, que inviabilizou a realização da prova este ano. A nova parada da classe rainha do motociclismo é o Circuito das Américas, em Austin, no Texas, para o Grande Prêmio das Américas, com largada da prova Sprint neste sábado às 17:00 Hrs. e a corrida do domingo a partir das 16:00 Hrs., horário de Brasília, com transmissão ao vivo pelo Star+, e pelo canal por assinatura ESPN4.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

ARQUIVO PISTA & BOX – ABRIL DE 2000 – 21.04.2000

            Voltando com alguns de meus antigos textos, esta coluna foi publicada no dia 21 de abril de 2.000, e a exemplo da coluna anterior, ela relacionava os nomes dos times da então F-CART (a F-Indy original) a seus proprietários, mostrando a origem de seus nomes, a exemplo de alguns dos times da F-1. É uma prática comum, que se estende até hoje nas várias categorias do esporte a motor, especialmente com times que não são de fábricas, as quais ostentam, logicamente, os nomes de seus proprietários, as marcas de sua empresa ou conglomerado. Fiquem com o texto, mostrando um pouco desta curiosidade na época, e podem ver como a prática não mudou, mesmo mais de vinte anos depois, usando a atual Indycar de exemplo...

NOMES E CURIOSIDADES – F-CART

          Na semana passada, relacionei aqui na coluna os nomes dos times da F-1 e suas correspondências com os nomes de seus fundadores e/ou proprietários. Hoje eu faço um apanhado similar dos times que competem na F-CART, a F-Indy original. E por lá também têm vários times cujos nomes são os de seus donos. Vejam a listagem das escuderias desta temporada...

          Começando logicamente pelo time mais poderoso da categoria, a Penske, que tem como fundador ninguém menos do que Roger Penske, um dos homens mais ricos do mundo do automobilismo americano. Roger é proprietário de várias empresas e possui um império empresarial de dar inveja à maioria de seus concorrentes. Seu time já competiu até mesmo na F-1, em meados dos anos 1970, mas sem resultados, preferiu concentrar-se nos Estados Unidos. Na F-CART, obteve sua primeira vitória em 1971, na pista de Pocono, e de lá para cá, sua escuderia já conseguiu 99 vitórias na categoria. Roger também compete na Nascar, onde também possui uma escuderia. Na F-CART, durante mais de uma década, seu time era o único que fabricava seus próprios chassis de competição, enquanto a grande maioria dos outros times comprava chassis prontos de fabricantes como Lola, March, Reynard e Swift. E neste ano, com a competitividade recuperada, a 100ª vitória de seu time pode chegar a qualquer momento, e será pelas mãos de um piloto brasileiro, já que a atual dupla de pilotos da Penske é formada por Gil de Ferran e Hélio Castro Neves.

          Um dos times mais poderosos da categoria atualmente, a Ganassi deve seu nome a seu proprietário, Floyd “Chip” Ganassi, que iniciou sua carreira no automobilismo como piloto, mas sofreu um forte acidente em 1984 e resolveu ficar do lado de dentro dos boxes a partir de então. Em 1990, criou a Chip Ganassi Racing, e desde 1996, seu time vem vencendo todos os campeonatos. E este ano, ainda está na briga, embora com menos força do que nos últimos tempos, devido à troca de seu equipamento técnico, pois mudou de chassi e motor.

          Outra potência da categoria é a Newmann-Hass, time formado pela parceria entre o ator Paul Newmann, um apaixonado pelo automobilismo, e Carl Hass, que durante muito tempo foi representante oficial da fábrica de chassis Lola nos Estados Unidos. A escuderia vive uma escassez de títulos nos últimos anos, mas está sempre ali na frente disputando as vitórias, e mostrando que é um dos principais times da F-CART.

          A Forsythe é outro time muito bem estruturado, cortesia de Gerald Forsythe, outro entusiasta das corridas, que assim como Roger Penske, também possui muitos outros negócios para tocar no dia-a-dia fora das corridas. Há alguns anos atrás, Gerald Forsythe era associado a Barry Green. Contudo, a união se desfez, e cada um seguiu com times independentes., e hoje Barry Green é o proprietário da Team Green Racing, que tem como pilotos nesta temporada o escocês Dario Franchiti e o canadense Paul Tracy.

          Um dos times do pelotão intermediário mais bem-estruturados, a Walker é comandada por seu fundador, Derrick Walker, que compete na categoria americana desde 1991, e teve seus melhores momentos com o brasileiro Gil de Ferran como piloto em tempos recentes.

          A Patrick Racing é um dos mais antigos e tradicionais times da categoria. Fundada por Pat Patrick nos anos 1970, a escuderia foi campeã em 1989 com o brasileiro Émerson Fittipaldi, no que foi o último ano de importância relevante em termos de resultados para o time. De lá para cá, a Patrick ficou no meio do pelotão, conseguindo uma vitória aqui e ali, mas sem conseguir brilhar em tempo integral e disputar o título.

          Quem também tenta reviver seus melhores dias é a Rahal Racing, equipe fundada em 1992 por Bobby Rahal. À época, Rahal já era bicampeão da F-CART, e na sua temporada de estréia como dono de equipe, acabou sendo tricampeão, exibindo uma temporada irrepreensível e dando a entender que teria bons tempos de glória na direção de sua escuderia. Porém, associações equivocadas e escolhas de equipamentos inadequados deixou o time relegado ao pelotão intermediário, praticamente sem conseguir mais vencer como havia feito em seu ano de estréia, e muito menos disputar o título até. Rahal se aposentou como piloto e hoje apenas comanda seu time.

          A categoria ainda tem vários times pequenos que ostentam com orgulho o nome de seus proprietários. Mesmo com a paridade de equipamento que é marca da categoria, estes times geralmente possuem resultados modestos, obtendo aqui e ali um resultado mais distinto geralmente em corridas que oferecem mais surpresas. Ocasionalmente chegam até a vencer alguma corrida, mas dificilmente conseguem manter o brilho o tempo inteiro, o que não significa que não possam correr com dignidade. Neste caso estão times como a Bettenhausen, comandada por Gary Bettenhausen. A Della Penna Motorsports é guiada pelo argentino John Della Penna, e costuma penar sempre com maus resultados nas corridas.

          Um pouco mais de sorte tem a Mo Numm Racing, time formado recentemente pelo engenheiro inglês Morris Numm, que se notabilizou na última década comandando o corpo técnico da Chip Ganassi. Com sua alta competência, Morris resolveu tentar a sorte como chefe de equipe, e este ano tem o brasileiro Tony Kanaan e o americano Brian Herta como pilotos de seu time. Infelizmente, apesar de não ter problemas financeiros, Morris Numm está aprendendo que gerenciar um time não é tão fácil quanto imaginava. Mas quem conhece o inglês sabe que mais cedo ou mais tarde ele vai começar a acertar suas jogadas, e é com isso que seus pilotos contam.

          Outro time de poucas pretensões é a Arciero, time de Frank Arciero, que sempre anda lá pelo fundo dos pelotões. Da mesma maneira, a Dale Coyne é outra escuderia de poucos recursos, mas nem por isso seu proprietário, Dale Coyne, perde as esperanças de uma hora ou outra, encaixar um bom resultado na competição.

          Vale lembrar que, até pouco tempo atrás, haviam ainda outros dois times que levavam os nomes de seus fundadores: a Hogan foi uma empreitada do empresário americano Carl G. Hogan, que administra uma das maiores empresas de transportes dos Estados Unidos, a Hogan Trucking. E tínhamos também a Hall Racing, equipe fundada por Jim Hall, e que teve em meados da década o brasileiro Gil de Ferran. Jim Hall resolveu se aposentar, após muitos anos dedicados ao automobilismo. Já Carl Hogan fechou seu time por simplesmente não conseguir patrocínios. Mesmo possuindo um império no ramo de transportes, o time de corridas precisava se manter por si, razão pela qual a escuderia foi fechada por Hogan. Não é apenas na F-1 que times de corridas fecham por falta de recursos. Mesmo na F-CART, apesar de seus custos serem bem mais acessíveis e com equipamentos mais iguais para todos, também existem times que sofrem com falta de patrocínio.

          E com isso já dá para termos um visual dos nomes que vários proprietários emprestam a seus times de competição. As demais escuderias presentes na categoria adotam nomes de fantasia, como a PacWest, de propriedade do milionário Bruce McCaw, entre outros exemplos, que também é algo muito comum no automobilismo em geral.